O QUE É MAÇONARIA?

Para definir a maçonaria, numa forma que já se tornou clássica, podemos dizer que é uma sociedade discreta, na qual homens livres e de bons costumes cultuam a liberdade, a fraternidade e a igualdade entre os seres humanos, tendo como princípios a tolerância, a filantropia e a justiça.

Os maçons reúnem-se em um local ao qual denominam de loja, onde praticam seus rituais de reflexão, dirigidos por um mestre maçom experimentado, conhecido por venerável mestre. Suas cerimônias de reflexão e aprendizado são sempre realizadas em honra e em homenagem a Deus. Seus ensinamentos são transmitidos através de símbolos, dando assim um conhecimento profundo e adequado ao nível intelectual de cada indivíduo, combatendo a ignorância em todas as suas manifestações.

A maçonaria tem em mira os três aspectos essenciais: a instrução moral, física e intelectual; a moral abrange a espiritualidade; a física, o conhecimento completo da Natureza e a intelectual, a mística. Os ensinamentos maçônicos buscam sempre nos lembrar os tres deveres fundamentais do ser humano, ou sejam, os deveres para conosco, a humanidade e Deus. Para conosco consiste em estabelecer a mais perfeita conexão entre a personalidade e a individualidade, entre o corpo e a alma, procurando o aperfeiçoamento do nosso ser. Para com a humanidade que compreende a família, a pátria e o universo; reconhecer em cada ser vivo a mesma expressão vital que sente em si mesmo, sendo que deste reconhecimento nasce o respeito pela vida e o amor a todos. Para com Deus que é o princípio de tudo; não podemos reconhecê-Lo como um princípio abstrato, mas reconhecer Sua presença em cada ser vivo, em cada alimento e em cada manifestação da mente humana.

A maçonaria, sob o aspecto filosófico, busca interioridade do saber e a intimidade da ciência, fixando-se no famoso dito socrático, lema muito usado na linguagem maçônica: “Conhece-te a ti mesmo”. Este pensamento de Sócrates, filósofo nascido em Atenas aos 470 a.C., poderia significar “Torna-te consciente de tua ignorância”, ou seja, temos de ter consciência racional de nós mesmos, para podermos organizar racionalmente a própria vida.

A Maçonaria, ensinando através de símbolos, deve muito à Escola Pitagórica, fundada por Pitágoras, que nasceu na Grécia aos 570 a.C.. A Escola de Pitágoras reconhecia na alma duas partes: inferior, a da paixão, e superior, a da razão. As paixões devem ser dirigidas e governadas pela razão, harmonizando-as; esta harmonia se chama virtude.

Os discípulos de Pitágoras não se dedicavam somente à Astronomia e Matemática; aplicavam-se ao estudo da organização social e política. As tentativas de Pitágoras numa nova organização social são notadas através das condições que impunha aos discípulos: viver em comunidade, ao trabalho, à contemplação e à instrução em geral, visando um aperfeiçoamento da sociedade. Atribui-se a Pitágoras o famoso teorema geométrico da definição do ângulo reto, onde “o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos”, donde emanam vários ensinamentos para a Arquitetura material e espiritual.

O grau de Companheiro, juntamente com os graus de Aprendiz e de Mestre, são denominados de graus simbólicos; os demais 30 graus do Rito Escocês Antigo e Aceito são conhecidos como os graus filosóficos. O grau de Companheiro tem como objetivo o estudo das Ciências Naturais e a investigação da origem de todas as causas e as coisas. Procura conhecer o homem como ser útil à Sociedade, buscando colocá-lo a serviço da Humanidade, para semear bem estar através do Trabalho, da Ciência e da Virtude.

A virtude é um impulso natural interior que induz à prática do bem. O bem não é um ideal distante a ser buscado, ele se compõe de pequenos eventos que se materializam em cada ação construtiva e em cada passo do homem durante a sua vida. A primeira expressão de virtude é o reconhecimento instintivo que responde à tradicional questão “de onde viemos?”. Esta expressão é denominada de fé, envolvendo confiança interior em verdades que a nossa razão não tem a capacidade lógica de entendimento. É importante que a fé seja uma resposta de todo o ser vivo diante da mensagem divina, na qual ele sente o significado profundo de sua existência e a grandeza de seu destino.

O maçon deve preservar a própria dignidade expressa em uma vida honesta e produtiva, contando com o respeito e o reconhecimento espontâneo da sua comunidade. A calúnia e a maledicência são adversárias frequentes da honra, da verdade e da convivência fraterna, impulsionadas pela inveja, pelo ressentimento, pela ociosidade e pela ignorância. A maledicência é uma falha moral de caráter. Nas cerimônias maçônicas a doutrina do silêncio ensina-nos que a palavra só se justifica quando for mais útil que o silêncio. Ela deve ser verdadeira, construtiva e fraterna.

PEDRO JUCHEM
M.’.M.’., Loja Venâncio Aires II, nº 2369 – G.’.O.’.B.’. / RS, Brasil