A BÍBLIA MAÇÔNICA DO REI JAMES I – PARTE 1

PARTE 1 DE 2

Jaime VI & I (Edimburgo, 19 de junho de 1566 – Cheshunt, 27 de março de 1625) foi o Rei da Escócia como Jaime VI e Rei da Inglaterra e Irlanda pela União das Coroas como Jaime I. Ele reinou na Escócia desde 1567 e na Inglaterra a partir de 1603 até sua morte. Os dois reinos eram estados soberanos individuais, cada um com seu próprio parlamento, sistema judiciário e leis, governados por Jaime em união pessoal. Ele sucedeu ao trono escocês com apenas treze meses, logo após sua mãe Maria da Escócia (1) ter sido forçada a abdicar em seu favor.

Quatro regentes governaram o país durante sua minoridade, que encerrou-se oficialmente em 1578, apesar dele apenas ter assumido total controle de seu governo em 1583. Em 1603, ele sucedeu Isabel I (2) de Inglaterra como o monarca da Inglaterra e Irlanda. Ele reinou nos três países por mais 22 anos até sua morte em 1625 aos 58 anos; esse período é conhecido como era jacobita em sua homenagem. Após a União das Coroas, ele passou a viver na Inglaterra, voltando para a Escócia apenas em 1617 e se entitulando “Rei da Grã-Bretanha e Irlanda”. Jaime foi um grande defensor de um parlamento único para a Inglaterra e Escócia. Durante seu reinado, começaram o Plantation de Ulster e a colonização inglesa da América.

Com 57 anos e 246 dias, seu reinado na Escócia foi o mais longo da história. Ele realizou a maioria de seus objetivos em seu país natal, porém enfrentou grandes dificuldades na Inglaterra, incluindo a conspiração da pólvora (3) e vários conflitos com o parlamento inglês. A “Era de Ouro” da literatura e dramaturgia do Período Elisabetano (4) continuou sob Jaime, com escritores como William Shakespeare, John Donne, Ben Jonson e Francis Bacon contribuindo para uma cultura literária florescente.

O próprio Jaime era um acadêmico talentoso, tendo escrito obras como Daemonologie, The True Law of Free Monarchies e Basilikon Doron. Ele patrocinou a tradução da Bíblia que foi nomeada em sua homenagem: a Bíblia do Rei Jaime. Anthony Weldon afirmou que Jaime tinha sido denominado “o tolo mais sábio da cristandade”, um epíteto que desde então é associado ao monarca. Porém, desde a segunda metade do século XX, os historiadores revisaram a reputação de Jaime e o trataram como um rei sério e ponderado.

NASCIMENTO
Jaime foi o único filho de Maria da Escócia e seu segundo marido Henrique Stuart, Lorde Darnley. Maria e Henrique eram bisnetos de Henrique VII de Inglaterra através de Margarida Tudor, a irmã mais velha de Henrique VIII. O reinado de Maria na Escócia foi inseguro tanto para ela quanto para seu marido, ambos católicos, enfrentando uma rebelião de nobres protestantes. Durante o complicado casamento, Henrique aliou-se secretamente com os rebeldes e conspirou para matar David Rizzio, secretário da rainha, três meses antes do nascimento de Jaime. Jaime nasceu no dia 19 de junho de 1566 no Castelo de Edimburgo; como filho mais velho e herdeiro, ele automaticamente recebeu os títulos de Duque de Rothesay e Príncipe da Escócia. Ele foi batizado Jaime Carlos em 17 de dezembro durante uma cerimônia católica realizada no Castelo de Stirling.

Seus padrinhos foram Carlos IX de França (representado por João, Conde de Brienne), Isabel I de Inglaterra (representada por Francisco Russell, 2.º Conde de Bedford) e Emanuel Felisberto de Saboia (representado pelo embaixador Filipe du Croc). Maria não permitiu que John Hamilton, Arcebispo de St Andrews, cuspisse na boca da criança, como era o costume. Os convidados ingleses foram posteriormentes ofendidos pelo entretenimento, que foi elaborado pelo francês Bastian Pagez e os mostrava como sátiros com rabos.

Henrique foi assassinado em 10 de fevereiro de 1567 durante uma explosão em Edimburgo, talvez como vingança pela morte de Rizzio. Jaime assim herdou os títulos de Duque de Albany e Conde de Ross de seu pai. Maria já estava impopular, e seu casamento com Jaime Hepburn, 4.º Conde de Bothwell, suspeito de assassinar Henrique, em maio de 1567 aumentou a insatisfação do povo com ela. Em junho de 1567, os rebeldes protestantes prenderam Maria no Castelo de Lochleven; ela nunca mais viu o filho. Ela foi forçada a abdicar em 24 de julho de 1567 em favor de Jaime e nomear seu meio-irmão Jaime Stuart, 1.º Conde de Moray como regente.

REGÊNCIAS
Jaime foi colocado aos cuidados do Conde e da Condessa de Mar, “para ser conservado, amamentado e criado” na segurança do Castelo de Stirling. Jaime foi coroado Rei da Escócia com treze meses de idade por Adam Bothwell, Bispo de Orkney (5), na Igreja do Holy Rude em 29 de julho de 1567. O sermão de coroação foi pregado por John Knox (6). De acordo com as crenças religiosas da maior parte da classe dominante escocesa, Jaime foi criado como membro da protestante Igreja da Escócia.

O Conselho Privado selecionou George Buchanan, Peter Young, Adam Erskine e David Erskine como preceptores ou tutores do jovem rei. Como o tutor sênior de Jaime, Buchanan sujeitou o menino a agressões regulares, mas também colocou nele uma enorme paixão pela literatura e aprendizado. Buchanan tentou transformar Jaime em um rei protestante e temente a Deus, alguém que aceitava as limitações da monarquia.

Em 1568, Maria fugiu de seu aprisionamento, levando a vários anos de violência esporádica. O Conde de Moray derrotou as tropas da antiga rainha na Batalha de Langside, forçando Maria a fugir para a Inglaterra, onde acabou sendo presa por Isabel. Em 23 de janeiro de 1570, Moray foi assassinado por James Hamilton. O próximo regente de Jaime foi seu avô paterno, Mateus Stuart, 4.º Conde de Lennox, que um ano depois foi fatalmente ferido na entrada do Castelo de Stirling por apoiadores de Maria. Seu sucessor, o Conde de Mar, “pegou uma doença veemente” e morreu no dia 28 de outubro de 1572. A doença de Mar ocorreu após um banquete no Palácio de Dalkeith, oferecido por Jaime Douglas, 4.º Conde de Morton.

Morton, que assumiu o cargo de Mar, mostrou-se de diversas maneiras o mais eficiente dos regentes de Jaime, porém fez inimigos por sua rapacidade. Ele caiu em desgraça quando o francês Esmé Stewart, Lorde de Aubigny, primo do pai de Jaime e futuro Conde de Lennox, chegou na Escócia e rapidamente se estabeleceu como o primeiro dos favoritos do rei. Morton foi executado em 2 de junho de 1581, tardiamente acusado de envolvimento no assassinado de Lorde Darnley. Em 8 de agosto, Jaime fez de Lennox o único duque na Escócia. Então com quinze anos, o rei permaneceria sob a influência de Lennox por mais um ano.

Os calvinistas (7) escoceses não confiavam em Lennox, mesmo ele sendo um protestante convertido, por perceberem demonstrações físicas de afeição entre ele e o rei, alegando que Lennox “tentou levar o rei para a concupiscência carnal”. Em agosto de 1582, naquilo que ficou conhecido como o Assalto de Ruthven, os condes protestantes de Gowrie e Angus atrairam Jaime para o Castelo de Ruthven e o aprisionaram, forçando Lennox a fugir da Escócia. Jaime assumiu um controle cada vez maior de seu reino após sua libertação em junho de 1583. Ele empurrou a aprovação dos Atos Negros para afirmar a autoridade real sobre a Igreja da Escócia e denunciou as escritas de Buchanan. Entre 1584 e 1603, Jaime estabeleceu um efetivo governo real e uma paz relativa entre os lordes; ele foi auxiliado habilmente por John Maitland, que liderou o governo até 1592.

Uma comissão composta por oito homens, conhecida por Octavianos, trouxe algum controle sobre a péssima situação das finanças escocesas em 1596, porém teve oposição de interesses escusos. Ela foi dissolvida um ano depois de um tumulto em Edimburgo, iniciado por anti-católicos, ter forçado a corte a se estabelecer em Linlithgow temporariamente. Um último atentado escocês contra a pessoa do rei ocorreu em agosto de 1600, quando Jaime foi aparentemente atacado por Alexander Ruthven, irmão mais novo do Conde de Gowrie, na Casa de Gowrie em Ruthven. Restaram poucas testemunhas oculares já que Ruthven era administrada por John Ramsay, pajem de Jaime, e o conde havia sido morto na desordem. Dado a história dos Ruthven e que eles deviam muito dinheiro ao rei, o relato de Jaime sobre o ocorrido não foi universalmente aceito.

Em 1586, Jaime assinou o Tratado de Berwick com a Inglaterra. Isso, aliado a execução da sua mãe no ano seguinte, que ele achou um “procedimento absurdo e estranho”, ajudou a abrir o caminho para sua sucessão no outro país. A rainha Isabel I não era casada e também não tinha filhos, assim Jaime era seu provável sucessor. Assegurar sua ascenção na Inglaterra tornou-se um dos pontos principais de sua política. Durante a crise da Invencível Armada (8) em 1588, ele garantiu a Isabel seu apoio como “seu filho natural e compatriota de seu país”.

CASAMENTO
Durante sua juventude, Jaime foi elogiado por sua castidade já que mostrava pouco interesse em mulheres. Após a perda de Lennox, ele continuou a preferir a companhia masculina. Entretanto, era necessário um casamento adequado para reforçar sua monarquia, assim a escolha de esposa caiu sobre Ana da Dinamarca (9), então com quatorze anos, filha do rei protestante Frederico II da Dinamarca. Pouco depois do casamento por procuração em Copenhague em agosto de 1589, Ana partiu para a Escócia porém foi forçada a parar na Noruega por causa de tempestades. Jaime, ao saber que a travessia havia sido interrompida, velejou para Leith com uma comitiva de trezentas pessoas para buscar Ana pessoalmente, naquilo que o historiador David Harris Willson chama de “o único episódio romântico de sua vida”.

Os dois se casaram formalmente no Palácio do Bispo em Oslo no dia 23 de novembro e retornaram para a Escócia em 1 de maio de 1590, após paradas em Helsingør e Copenhague e um encontro com Tycho Brahe (10). De acordo com todos os relatos, Jaime inicialmente estava encantado por Ana e nos primeiros anos de seu casamento sempre demonstrava paciência e afeição. O casal teve sete filhos que sobreviveram ao nascimento, dois quais chegaram a idade adulta.

BRUXAS
A visita de Jaime a Dinamarca, um país familiar com caça às bruxas, pode tê-lo encorajado a estudar bruxaria, que o próprio considerava parte da teologia. Depois de voltar para a Escócia, o rei compareceu aos julgamentos das bruxas de North Berwick, a primeira grande caça às bruxas no país sob o Ato de Bruxaria de 1563. Várias pessoas, mais notavelmente Agnes Sampson, foram condenadas de usar bruxaria para enviar tempestades contra o navio de Jaime. O rei ficou obcecado pela ameaça que as bruxas representavam e, inspirado por seu próprio envolvimento, escreveu Daemonologie em 1597, um trato que se opunha a prática de bruxaria e que serviu de base para Macbeth de William Shakespeare.

Jaime supervisionou pessoalmente a tortura de mulheres acusadas de serem bruxas. Depois de 1599, ele ficou mais cético. Em uma carta escrita algum tempo depois ao seu filho Henrique, o rei parabeniza o príncipe pela “descoberta acolá de uma pequena bruxa falsa. Rezo a Deus que sejais meu herdeiro em tais descobertas… a maioria dos milagres hoje em dia mostram-se ilusões, e tu pode ver por este como os juízes devem ser cautelosos em acusações de confiança”.

TERRAS ALTAS E ILHAS
A dissolução forçada do Senhorio das Ilhas por Jaime IV em 1483 levou a agitações na costa oeste. Apesar do rei ter subjulgado o exército organizado das Hébridas, ele e seus sucessores não tinham a vontade ou a habilidade para prover formas alternativas de governo. Dessa forma, o século XVI ficou conhecido como linn nan creach (“o tempo de ataques”). Além disso, os efeitos da reforma religiosa estavam demorando a impactar a Gàidhealtachd, criando um calço religioso entre essa área e os centros de controle político no Cinturão Central (11).

Em 1540, Jaime V viajou pelas Hébridas, forçando chefes de clãs a acompanhá-lo. Seguiu-se um período de paz, porém os clãs logo estavam em desacordo novamente. Durante o reinado de Jaime VI, foi completada a tranformação da imagem das Hébridas (12) como berço do cristianismo escocês para uma em que seus cidadãos eram considerados bárbaros sem leis. Documentos oficiais descrevem o povo da região como “sem o conhecimento e temor de Deus”, que estavam propensos a “todos os tipos de crualdades bárbaras e bestiais”.

A língua gaélica escocesa, falada fluentemente por Jaime IV e provavelmente Jaime V, ficou conhecida na época de Jaime VI como “erse” (irlandês), implicando que sua natureza era estrangeira. O parlamento escocês chegou a conclusão que ela era a principal causa das deficiências das Terras Altas, tentando aboli-la. Foi nessa situação que em 1598, Jaime VI autorizou os “Cavalheiros Aventureiros de Fife” para civilizar a “mais bárbara Ilha de Lewis”. o rei escreveu que os colonizadores deveriam agir “não por acordo” com os habitantes locais, mas “por extirpação”. A chegada deles em Stornoway foi um sucesso, porém os colonizadores foram expulsos por forças locais comandadas por Murdoch e Nel MacLeod. Uma nova tentativa foi feita em 1605 com o mesmo resultado, porém a terceira em 1607 obteve mais sucesso.

Os Estatutos de Iona foram promulgados em 1609, fazendo com que chefes de clã enviassem seus herdeiros para serem educados em escolas protestantes e de língua inglesa nas Terras Baixas (13), apoiassem ministros protestantes nas paróquias das Terras Altas (14), banissem os bardos e regularmente se reportassem a Edimburgo para responder por suas ações. Assim começou um processo “especificamente destinado a extirpar a língua gaélica, a destruição de sua cultura tradicional e a supressão de seus portadores”. Nas Ilhas do Norte, Patrício Stewart, 2.º Conde de Orkney, resistiu aos Estatutos de Iona, acabando preso. Seu filho Roberto liderou uma rebelião mal sucedidada contra Jaime, e tanto o conde quanto seu filho foram enforcados. Sua propriedades foram confiscadas e as ilhas de Órcades (15) e Shetland (16) anexadas.

TEORIA DA MONARQUIA
Jaime escreveu The True Law of Free Monarchies e Basilikon Doron entre 1597 e 1598, onde discutia a base teológica para a monarquia. No primeiro, ele afirma o direito divino dos reis (17), explicando que por razões bíblicas os reis são seres superiores a outros homens, apesar de que “a maior bancada é a mais escorregadia para se sentar”. O documento propõe uma teoria absolutista para a monarquia, em que um rei pode impor novas leis pela prerrogativa real (18), porém também deve ter atenção para a tradição e a Deus, que “incitariam flagelos como agrado para a punição de reis perversos”.

Basilikon Doron, escrito como um livro de instruções para o príncipe Henrique Frederico, então com quatro anos, fornecem um guia prático para ser rei. O trabalho é considerado como sendo muito bem escrito e o melhor exemplo da prosa de Jaime. Seu conselho sobre os parlamentos, que ele entendia apenas como a “corte chefe” do rei, prenuncia sua dificuldades com os comuns da Inglaterra: “Não realize Parlamentos”, ele aconselha Henrique, “porém pela necessidade de novas Leis, que seria mas que raramente”.Em True Law, Jaime matém que o rei possui o seu reino como um senhor feudal possui seu feudo, porque reis surgiram “antes de quaisquer propriedades ou classificações de homens, antes de quaisquer parlamentos serem realizados, ou leis criadas, e por eles a terra era distribuida, que no início eram totalmente deles. E assim .dos reis”.

PATRONO LITERÁRIO
Nas décadas de 1580 e 1590, Jaime ficou preocupado em promover a literatura na Escócia. Sua dissertação, Some Rules and Cautions to be Observed and Eschewed in Scottish Prosody, publicada em 1584 quando ele tinha dezoito anos, era tanto um manual poético quanto a descrição da tradição poética do escôces, sua língua nativa, aplicando princípios da Renascença. Ele também fez provisões estatuárias para reformar e promover o ensino da música, vendo os dois interligados. Para a prossecução desses objetivos ele foi patrono e chefe de um círculo de poetas e músicos jacobinos escocêses, a Banda de Castália, que incluia indivíduos como William Fowler e Alexander Montgomerie, posteriormente um dos favoritos do rei.

Jaime, ele mesmo um poeta, ficava feliz em ser visto como um membro do grupo. No final da década de 1590, sua defesa da tradição escocesa ficou um pouco prejudicada pelo prospecto cada vez maior de herdar a coroa inglesa; alguns de seus poetas da corte passaram a anglicanizar suas escritas, indo junto com ele para Londres depois 1603. Seu papel característico como um participante ativo e patrono na corte escocesa fez dele uma importante figura na poesia e dramaturgia renascentista inglesa, que chegaria ao auge durante seu reinado. Entretanto, seu mecenato para a estilística de sua própria tradição esocesa, uma tradição que incluia seu predecessor Jaime I, ficou esquecida.

REINADO NA INGLATERRA
ASCENSÃO

Já que Isabel I era a última descendente de Henrique VIII, Jaime foi visto como o provável herdeiro do trono inglês através de sua bisavó Margarida Tudor, a irmã mais velha de Henrique. Começando em 1601, nos últimos anos da vida de Isabel, certos políticos ingleses, notavelmente o ministro chefe sir Robert Cecil, corresponderam-se secretamente com Jaime afim de preparar uma transição sem grandes problemas. Em março de 1603, com a rainha claramente morrendo, Cecil enviou a Jaime um rascunho de proclamação de sua ascensão ao trono inglês. Isabel morreu nas primeiras horas de 24 de março e Jaime foi proclamado rei em Londres no mesmo dia. Ele deixou Edimburgo em 5 de abril, prometendo retornar a cada três anos (uma promessa que não manteve), e progrediu lentamente para o sul. Lordes locais o receberam com pródiga hospitalidade e o rei ficou maravilhado pelas riquezas de sua nova terra e súditos. Jaime afirmou estar “trocando um sofá de pedra por uma profunda cama de penas”.

Na casa de Cecil em Hertfordshire, Theobalds House, tamanha era sua admiração que ele comprou a propriedade no local, chegando na capital depois do funeral de Isabel. Seus novos súditos amontoavam-se para vê-lo, aliviados que a sucessão não desencadeou inquietações ou invasões. Ao entrar em Londres no dia 7 de abril, Jaime foi cercado por uma grande multidão. Sua coroação ocorreu em 25 de julho, com alegorias elaboradas criadas por poetas dramáticos como Thomas Dekker (19) e Ben Jonson (20). Apesar de um surto de peste ter restringido as festividades, “as ruas pareciam pavimentadas com homens”, como escreveu Dekker, “barracas em vez de mercadorias ricas foram expostas com as crianças, caixilhos abertos cheios de mulheres”. Entretanto, o novo reino de Jaime tinha seus problemas. Monopólios e taxas tinham gerado um sentimento generalizado de injustiça, e os custos de uma guerra na Irlanda tornaram-se um grande peso para o governo, Na época de sua sucessão, a Inglaterra devia uma quantia de 400 mil libras esterlinas.

INÍCIO
Apesar da transição ter ocorrido sem problemas e o povo tê-lo acolhido, Jaime sobreviveu a duas conspirações durante seu primeiro ano de reinado, a Conspiração Católica e a Conspiração Principal, que levou às prisões de indivíduos como Henry Brooke, 11.º Barão Cobham e sir Walter Raleigh. Aqueles que esperavam uma mudança no governo com Jaime ficaram decepcionados quando o rei manteve o Conselho Privado de Isabel, como havia secretamente planejado com Cecil, porém Jaime rapidamente adicionou seu apoiador Henry Howard, o sobrinho Thomas Howard e cinco nobres escoceses ao conselho. Nos primeiros anos de seu reinado, o dia a dia do governo era gerenciado por Robert Cecil junto com Thomas Egerton, quem Jaime posteriormente nomeou como Lorde Chanceler, e Thomas Sackville, que continuou como Lorde do Tesouro. Assim, o rei estava livre para se concentrar em questões maiores, como uma forma de criar uma união maior entre a Inglaterra e a Escócia e assuntos internacionais, além de aproveitar seus passatempos, como a caça. Jaime queria construir a partir da união pessoal das coroas inglesa e escocesa e estabelecer um único país com um único monarca, parlamento e conjunto de leis, um plano que gerou oposição nos dois reinos. “Acaso Ele não nos fez tudo em uma ilha”, disse o rei ao parlamento inglês, “rodeado de um mar e de si mesmo, por natureza indivisível?”.

Porém, em abril de 1604, os comuns recusaram por motivos legais seu pedido para ser chamado de “Rei da Grã-Bretanha” Em outubro do mesmo ano, ele assumiu o título por proclamação ao invés de por estatuto, apesar de sir Francis Bacon ter afirmado que ele não podia usá-lo em “qualquer procedimento legal, instrumento ou garantia”. Nos assuntos internacionais, Jaime foi mais bem sucedido. Nunca tendo entrado em guerra contra a Espanha, ele se dedicou a encerrar a longa Guerra Anglo-Espanhola (21); em agosto de 1604, devido a uma habilidosa diplomacia por parte de Cecil e Henry Howard, um acordo de paz foi assinado entre os dois países, e Jaime celebrou com um grande banquete. Porém, a liberdade de adoração dos católicos na Inglaterra continuou a ser um grande objetivo para a política espanhola, criando dilemas constantes ao rei, desconfiado internacionalmente por reprimir os católicos enquanto que internamente encorajado pelo Conselho Privado a mostrar menos tolerância.

CONSPIRAÇÃO DA PÓLVORA
Na noite do dia 4 para o 5 de novembro de 1605, na véspera da Cerimônia de Abertura do Parlamento da segunda sessão de Jaime, o católico Guy Fawkes foi descoberto nos porões do prédio do parlamento. Ele estava cuidando de uma pilha de madeira não muito longe de 36 barris de pólvora, com que ele pretendia explodir o parlamento no dia seguinte e causar a destruição de, nas palavras do próprio Jaime, “não apenas … de minha pessoa, da de minha esposa e também da posteridade, mas também de todo o órgão do estado em geral”. A sensacional descoberta da Conspiração da Pólvora, como ficou rapidamente conhecida, despertou um sentimento de alívio nacional na entrega do rei e de seus filhos, que Cecil explorou para extrair o maior subsídio do parlamento com exceção de um garantido por Isabel I. Fawkes e os outros implicados na conspiração foram executados.

REI E PARLAMENTO
A cooperação entre Jaime e o parlamento após a Conspiração da Pólvora foi atípica. A sessão anterior de 1604 moldou as atitudes de ambos pelo resto do reinado, apesar das dificuldades iniciais terem acontecido por incompreensão mútua e não por animosidade. Em 7 de julho de 1604, o rei furiosamente suspendeu o parlamento depois de não conseguir apoio para subsídios financeiros e a união total da Inglaterra e Escócia. “Não vou agradecer onde sinto que não merece agradecimento”, ele afirmou em seu discurso de encerramento, “… Eu não sou de tal ações como para louvar os tolos … Vocês verão quantas coisas não fizeram bem … Gostaria que fizessem uso mais modesto de sua liberdade a tempo para vir”. Enquanto o reinado de Jaime continuava, seu governo enfrentou pressões financeiras cada vez maiores, parcialmente pela inflação rastejante, mas também pela libertinagem e incompetência financeira da corte de Jaime.

Em fevereiro de 1610, Cecil propôs um esquema, conhecido como o Grande Contrato, onde o Parlmento, em troca de concessões reais, garantiria a quantia de seicentas mil libras para pagar as dívidas do rei além de uma subvenção anual de duzentas mil libras. As negociações espinhosas que se seguiram tornaram-se tão prolongadas que o rei eventualmente perdeu a paciência e dissolveu o parlamento em 31 de dezembro. “Seu maior erro”, disse a Cecil, “tem sido a de que você nunca deve atrair mel de fel”.O mesmo padrão se repetiu com o chamado “Parlamento Apodrecido” de 1614, que ele dissolveu depois de apenas nove semanas quando os comuns exitaram em dar-lhe o dinheiro que queria. Jaime então reinou sem parlamento até 1621, empregando oficiais como o empresário Lionel Cranfield, que eram astutos o bastante para arrecadarem e economizarem dinheiro, vendendo títulos e outras honras, muitos criados para esse propósito, como fontes alternativas de renda.

###  FIM DA PRIMEIRA PARTE  – CLIQUE AQUI PARA LER A PARTE 2  ###


Roberto Aguilar M. S. Silva
M.’. M.’. – A.’.R.’.L.’.S.’. Loja Maçônica Renascença IV, Santo Ângelo, RS (Brasil)


NOTAS:

  1. Maria Stuart ou Maria I da Escócia (Linlithgow, 8 de dezembro de 1542 — Northamptonshire, 8 de fevereiro de 1587), foi rainha do Escócia, de 14 de Dezembro de 1542 a 24 de Julho de 1567, e rainha consorte de França, de 10 de Julho de 1559 a 5 de Dezembro de 1560. Maria, a única sobrevivente dos filhos do rei Jaime V da Escócia, tinha apenas seis dias de idade quando o seu pai faleceu, sucedendo-lhe ao trono. Nove meses depois foi coroada. Maria passou grande parte da sua infância em França enquanto a Escócia era governada por regentes. Em 1558, casou com Francisco, Delfim da França. Francisco foi coroado rei como Francisco II em 1559 e Maria tornou-se rainha consorte, por pouco tempo, até à data da morte do seu marido a 5 de Dezembro de 1560. Maria regressou à Escócia, chegando a Leith a 19 de Agosto de 1561, dando início à sua governação como rainha. Quatro anos mais tarde, casou com o seu primo, Henrique Stuart, Lorde Darnley, mas a sua união não foi feliz. Em Fevereiro de 1567, a sua residência foi destruída por uma explosão e Darnley foi encontrado morto no jardim. James Hepburn, 4.º conde de Bothwell, foi considerado o principal suspeito da morte de Darnley, mas foi absolvido de qualquer culpa em Abril de 1567, e, no mês seguinte, casou com Maria. No seguimento de uma insurreição contra o casal, Maria foi feita prisioneira no Castelo de Loch Leven. A 24 de Julho de 1567, Darnley forçou Maria a abdicar a favor do seu filho de onze anos, Jaime. Após uma tentativa fracassada de recuperar o trono, Maria fugiu para sul procurando a protecção da sua prima, rainha Isabel de Inglaterra. Maria tinha, no passado, reclamado o trono de Isabel para si e era considerada a legítima soberana de Inglaterra por muitos católicos ingleses, incluindo os participantes de uma rebelião conhecida como the Rebelião do Norte. Tomando-as como uma ameaça, Isabel limitou os seus movimentos em vários castelos e mansões no interior de Inglaterra. Depois de 18 anos e meio de confinamento, Maria foi considerada culpada de planear o assassinato de Isabel, e foi executada.

  2. Isabel I (Greenwich, 7 de setembro de 1533 — Richmond, 24 de março de 1603), também conhecida sob a variante Elisabete I ou Elizabeth I, foi Rainha da Inglaterra e da Irlanda desde 1558 até à sua morte. Também ficou conhecida pelos nomes de A Rainha Virgem, Gloriana e Boa Rainha Bess. Filha de Henrique VIII, Isabel nasceu como princesa, mas a sua mãe, Ana Bolena, foi executada dois anos e meio depois do seu nascimento e Isabel foi declarada bastarda. Mais tarde, seu meio-irmão, Eduardo VI, deixou a coroa a Lady Jane Grey, excluindo as suas irmãs da linha de sucessão. No entanto, o seu testamento foi rejeitado, Lady Jane Grey foi executada e, em 1558, Isabel sucedeu à sua meia-irmã católica, Maria I, depois de passar quase um ano presa por suspeita de apoiar os rebeldes protestantes.

  3. A Conspiração da pólvora foi uma tentativa mal-sucedida de um grupo de católicos provinciais ingleses de assassinato do rei Jaime I de Inglaterra, de sua família, e da maior parte da aristocracia protestante em um único ataque, às Casas do Parlamento, durante a cerimônia de abertura. O objetivo deles era explodir o parlamento inglês durante uma sessão na qual estaria presente o rei e todos os parlamentares utilizando trinta e seis barris de pólvora estocados sob o prédio do parlamento. Guy Fawkes como especialista em explosivos seria responsável pela detonação da pólvora.

  4. O Período Elisabetano ou Período Isabelino é o período associado ao reino da rainha Isabel ou Elizabeth I (1558-1603) e considerado frequentemente uma era dourada da história inglesa. Esta época corresponde ao ápice da renascença inglesa, na qual se viu florescer a literatura e a poesia do país. Este foi também o tempo durante o qual o teatro elizabetano cresceu e Shakespeare, entre outros, escreveu peças que rompiam com o estilo a que a Inglaterra estava acostumada. Foi um período de expansão e da exploração no exterior, enquanto no interior a Reforma Protestante era estabelecida e defendida contra as forças católicas do continente. O Período Elisabetano é assim tão considerado em parte pelo contraste com os períodos anterior e posterior. Foi um breve período de paz nas batalhas entre protestantes e católicos e as batalhas entre o Parlamento e a monarquia que engolfaram o século XVII. As divisões entre o catolicismo e protestantismo foram definidas momentaneamente pelo Estabelecimento Religioso Elisabetano e o Parlamento ainda não era forte o suficiente para desafiar o absolutismo real.

  5. As Órcades ou Órcadas (em inglês Orkney Islands, “Ilhas Orkney”, no gaélico escocês Àrcaibh) são um arquipélago localizado no Mar do Norte, cerca de 16 km ao largo do Norte da Escócia. As Órcades foram inicialmente colonizadas por pictos e vikings mas são actualmente uma das Autoridades Unitárias da Escócia. O grupo é constituído por cerca de 70 ilhas, das quais 20 habitadas por cerca de 20 000 pessoas. A maior ilha do arquipélago é The Mainland, onde fica Kirkwall a capital administrativa. A economia do arquipélago é sustentada pela indústria de produção de lã, carne, queijo, cerveja, whisky e pelas plataformas petrolíferas que operam ao largo das Órcades. Do ponto de vista geológico as Órcades são ilhas continentais separadas da Europa e das restantes Ilhas Britânicas durante a subida geral do nível do mar observada no Pliocénico. As ilhas estão habitadas desde 3500 a.C., num primeiro estágio povoadas por um povo conhecido como orcanianos, eram divididos em tribos e faziam trabalhos com metal. Depois foram ocupadas pelos pictos. Por volta do ano 800, as Órcades foram invadidas pelos vikings que submeteram e escravizaram a população local de pictos. O arquipélago fica a poucas milhas marítimas tanto da Noruega como da Escócia e representava, na época, uma base de Inverno ideal para as pilhagens vikings às Ilhas Britânicas. Com os dividendos dos saques, enquanto estes duraram, e mais tarde com o estabelecimento de uma colónia de pastores e agricultores, as Órcades ganharam nova vida sob o controle viking.

  6. John Knox (Haddington, East Lothian, 1514 — Edimburgo, 24 de novembro de 1572) foi um religioso reformador escocês que liderou uma reforma religiosa na Escócia segundo a linha calvinista. Ele foi educado na Universidade de St Andrews ou possivelmente a Universidade de Glasgow e foi ordenado para o sacerdócio católico em 1536. Influenciado pelos reformadores da igreja primitiva, como George Wishart, ele se juntou ao movimento para reformar a igreja escocesa. Ele foi pego nos eventos eclesiásticos e políticos que envolveram o assassinato do cardeal Beaton em 1546 e a intervenção da regente da Escócia Maria de Guise. Ele foi preso por forças francesas no ano seguinte e exilado para a Inglaterra em seu libertação em 1549. Seu lugar e data de nascimento continuam a ser debatidos, sendo Gifford Gate, nas proximidades da cidade de Haddington (20 quilômetros a leste de Edimburgo) o mais provável local.

  7. O Calvinismo (também chamado de Tradição Reformada, Fé Reformada ou Teologia Reformada) é tanto um movimento religioso protestante quanto uma ideologia sociocultural com raízes na Reforma iniciada por João Calvino em Genebra no século XVI. A tradição Reformada foi desenvolvida, ainda, por diversos outros teólogos como Martin Bucer, Heinrich Bullinger, Pietro Martire Vermigli e Ulrico Zuínglio. Apesar disso, a fé Reformada costuma levar o nome de Calvino, por ter sido ele seu grande expoente. Atualmente, o termo também se refere às doutrinas e práticas das Igrejas Reformadas . O sistema costuma ser sumarizado através dos Cinco pontos do calvinismo, elaborados como uma resposta ao Arminianismo.

  8. A Invencível Armada ou Armada Invencível (em castelhano: “Grande y Felicísima Armada”), também referida como “la Armada Invencible” (castelhano) ou “the Invincible Fleet” (inglês), com certo tom irônico, pelos ingleses no século XVI, foi uma esquadra reunida pelo rei Filipe II de Espanha em 1588 para invadir a Inglaterra. A Batalha Naval de Gravelines foi o maior combate da não declarada Guerra Anglo-Espanhola e a tentativa de Filipe II de neutralizar a influência inglesa sobre a política dos Países Baixos Espanhóis e reafirmar hegemonia na guerra nos mares. A armada era composta por 130 navios bem artilhados, tripulados por 8 000 marinheiros, transportando 18 000 soldados e estava destinada a embarcar mais um exército de 30 000 infantes. No comando, o Duque de Medina-Sidônia seguia num galeão português, o São Martinho. No combate no Canal da Mancha, os Ingleses impediram o embarque das tropas em terra, frustraram os planos de invasão e obrigaram a Armada a regressar contornando as Ilhas Britânicas. Na viagem de volta, devido às tempestades, até metade dos navios se perdeu. O episódio da Armada foi uma grave derrota política e estratégica para Coroa espanhola e teve grande impacto positivo para a identidade nacional inglesa.

  9. Ana de Dinamarca (12 de dezembro de 1574 – 2 de março de 1619) foi a rainha consorte de Jaime VI da Escócia e I de Inglaterra , sendo a segunda filha dos 7 filhos do rei Frederico II da Dinamarca e Noruega e da duquesa Sofia de Mecklenburg-Güstrow. Ana de Dinamarca (12 de dezembro de 1574 – 2 de março de 1619) foi a rainha consorte de Jaime VI da Escócia e I de Inglaterra1 , sendo a segunda filha dos 7 filhos do rei Frederico II da Dinamarca e Noruega e da duquesa Sofia de Mecklenburg-Güstrow.

  10. Tycho Brahe (Skåne, Dinamarca, 14 de Dezembro de 1546 — Praga, 24 de Outubro de 1601) nascido Tyge Ottesen Brahe, foi um astrônomo dinamarquês. Teve um observatório chamado Uranienborg na ilha de Ven, no Öresund, entre a Dinamarca e a Suécia.

  11. Central Belt, Cinturão Central da Escócia em português, é um termo comumente utilizado para descrever a área com maior densidade populacional da Escócia. Apesar de seu nome, o Cinturão não é geograficamente “central”, mas na verdade localiza-se no sul do país. Era conhecido anteriormente como “Terras do Meio” ou “Terras do Meio Escocesas”, mas este termo caiu em desuso.

  12. As Hébridas compreendem um largo arquipélago na costa oeste da Escócia, e em termos geológicos são compostas das mais antigas rochas das Ilhas Britânicas.

  13. As Terras Baixas da Escócia (gaélico escocês A’ Ghalldachd’, significado aproximado ‘região não-gaélica’, em inglês Scottish Lowlands) são a região plana no sul da Escócia, onde existe uma forte tradição da igreja presbiteriana (a Kirk, uma igreja calvinista). É também a zona mais desenvolvida da Escócia, ali se situando as cidades de Glasgow e Edimburgo. Esse topônimo não é usado formalmente e na realidade ele abrange algo que seria entre a parte meridional do Planalto Central Escocês e as Bordas (Borders).

  14. Por contraste, as Terras Altas são uma região mais tradicional, pobre, onde o catolicismo permaneceu influente ao longo da História da Escócia.

  15. As Órcades ou Órcadas (em inglês Orkney Islands, “Ilhas Orkney”, no gaélico escocês Àrcaibh) são um arquipélago localizado no Mar do Norte, cerca de 16 km ao largo do Norte da Escócia. As Órcades foram inicialmente colonizadas por pictos e vikings mas são actualmente uma das Autoridades Unitárias da Escócia. O grupo é constituído por cerca de 70 ilhas, das quais 20 habitadas por cerca de 20 000 pessoas. A maior ilha do arquipélago é The Mainland, onde fica Kirkwall a capital administrativa. A economia do arquipélago é sustentada pela indústria de produção de lã, carne, queijo, cerveja, whisky e pelas plataformas petrolíferas que operam ao largo das Órcades.Do ponto de vista geológico as Órcades são ilhas continentais separadas da Europa e das restantes Ilhas Britânicas durante a subida geral do nível do mar observada no Pliocénico.

  16. Shetland (antigamente escrito Zetland, derivado de Ȝetland), originalmente chamado de Hjaltland, é uma das 32 áreas de Concelho da Escócia. É um arquipélago a nordeste das Órcades, com uma área total de aproximadamente 1466 km². Ele forma parte da divisão entre o Oceano Atlântico a oeste e o Mar do Norte a leste. Seu centro administrativo, e único burgh, é Lerwick. A sua maior ilha, Mainland, é a terceira maior ilha escocesa e também a terceira maior ilha circundando a Grã-Bretanha. Sua área é de cerca de 969 km². Outras ilhas importantes são Yell e Unst, nas North Isles. As Ilhas Shetland estão subdivididas em 22 paróquias (parish) e wards, que não tem muita significância administrativa, mas que são usadas para propósitos estatísticos.

  17. O Direito divino dos reis é uma doutrina política e religiosa européia, com antecedentes no cesaropapismo bizantino ou até anteriores nomeadamente com o tempo dos faraós, que foi desenvolvida no ancien régime francês e no protestantismo inglês, baseando-se na crença de que o monarca tem o direito de reinar por vontade de Deus, e não devido a vontade de seus súbditos, parlamento, aristocracia ou qualquer outra autoridade. Esta doutrina tentava explorar a ideia que qualquer tentativa de depor o monarca ou restringir seus poderes seria contrária à vontade de Deus. Essa discussão surge no final da Idade Média, embora ainda se acreditasse que a origem desse poder ser divino, que provinha da vontade de Deus, mas que esse direito deixava de ser dado directamente ao rei e sim confiado ao povo, que era ele que o conferia depois ao monarca. O que diferia nas várias monarquias é que divergia a natureza dessa transmissão. A entrega inalienável (sem volta) do poder do rei foi a opção encontrada para o surgir do absolutismo real e de modo diferente, a da “mera” delegação no rei, avocável, deram fundamento à doutrina do poder popular real por escolha nos seus órgãos próprios.

  18. A Prerrogativa Real é um órgão de autoridade habitual de privilégios e imunidades, reconhecida em lei comum e, às vezes, em jurisdições de direito civil possuindo na monarquia como pertencente ao soberano sozinho. É o meio pelo qual alguns dos poderes executivos do governo, investidos em uma monarquia, dizem respeito ao processo de como a governança de seu estado são realizadas. Prerrogativas individuais podem ser abolidos pelo Parlamento, apesar de existir no Reino Unido um procedimento especial. Embora em algumas repúblicas chefes de Estado possuam poderes semelhantes, não são coincidentes, contendo uma série de diferenças fundamentais. Na Inglaterra, os poderes da prerrogativa eram originalmente exercidos pelo monarca agindo sozinho, sem um requisito observado pelo consentimento do parlamento ou da Magna Carta). Todavia, desde a ascensão da casa de Hanover têm sido geralmente exercida sobre o conselho do primeiro-ministro ou o Gabinete, que por sua vez é responsável perante o Parlamento, de forma exclusiva, salvo em assuntos da Família Real, pelo menos desde os tempos da Rainha Vitória. Tipicamente, em democracias liberais que são as Monarquias Constitucionais, como as da Dinamarca, Japão ou Suécia, a Prerrogativa Real serve como uma função cerimonial prescrito no poder do Estado.

  19. Thomas Dekker (Londres, c. 1572 — Clerkenwell, 25 de agosto de 1632) foi um dramaturgo inglês.
    A primeira notícia sobre o escritor data de 1598, quando aparece no Jornal de Philip Henslowe; na tal data se achava ao serviço da companhia teatral do Lord Almirante, para a qual escreveu dez dramas e colaborou em trinta entre 1598 e 1602. Apesar de sua abundante produção cênica, viveu una existência precária e esteve na prisão por dívidas entre 1613 e 1618. Em uma polêmica literária surgida entre John Marston e Ben Jonson se manifestou partidário do primeiro, e o ataque que o adversário lhe dirigiu com Poestaster lhe fez escrever sua réplica Satiromastix (1601); mas se reconciliaram e chegaram, inclusive, a escrever algumas peças juntos, como The King’s Entertainment (1604).

  20. Benjamin “Ben” Jonson (Westminster, 11 de junho de 1572 — Londres, 6 de agosto de 1637) foi um dramaturgo, poeta e ator inglês da Renascença, contemporâneo de Shakespeare. Entre suas peças mais conhecidas estão Volpone, The Alchemist (O Alquimista) e Bartholomew Fair: A Comedy (A Feira de São Bartolomeu: uma Comédia).

  21. A Guerra Anglo-Espanhola (1585-1604) foi um conflito entre os reinos da Inglaterra comandada por Elizabeth I de Inglaterra e a Espanha comandada por Filipe II. A guerra começou mais propriamente com uma vitória inglesa em Cádiz em 1587 e contra a Armada Espanhola em 1588, mas os ingleses não fizeram novos avanços depois disso e os espanhóis vão receber algumas vitórias. A guerra permaneceu inconclusiva durante muito tempo.


BIBLIOGRAFIA: