A FÉNIX – SIMBOLO DA ESPERANÇA E DO RENASCIMENTO – PARTE I

Este trabalho nada mais é do que um ensaio de vários relatos, estudos e textos que falam de forma símile sobre a Fênix, símbolo de esperança e do renascimento, para mostrar que no mundo em que vivemos, apesar das mudanças constantes, temos sempre que ter esperança e renascer, seja na vida familiar, na vida social, no trabalho, em tudo e todo lugar e, no mais importante, a do próprio ser! A todo instante temos que nos atualizar, quebrar paradigmas, mudar de direção, de estratégia, sem perder o foco e a particularidade que carregamos em nós.

Decidi escrever, um pouco, sobre esta minha criatura favorita…….pela sua beleza e pelo seu simbolismo! Decidi escrever sobre esta ave majestosa, imperadora dos céus, que, quanto mais leio sobre ela, mais fico deslumbrado com o seu encanto.

O seu lema é “Renasce Piu Gloriosa“.

O mito da Fênix é um dos arquétipos mais compartilhados pelo inconsciente humano, em todos os tempos. Iremos encontrá-lo em quase todas as tradições antigas, geralmente conectado com o anseio humano de imortalidade, ou de um renascimento em outra forma ou condição de vida.

A Fênix possuia um rufo de penas douradas em volta do pescoço e as suas asas e as longas penas esvoaçantes da cauda ostentavam todas as cores do arco-íris. O bico parecia de vidro, os olhos assemelhavam-se a pedras preciosas e, no alto da cabeça, ostentava uma crista cintilante. Diz-se que uma pena de Fênix conferia a imortalidade ao seu portador, possuía a voz melodiosa que se tornava triste quando a morte se aproximava e a impressão que a sua beleza e tristeza causavam em outros animais chegava a provocar a morte deles.

Ela chegava a medir 5 metros de comprimento, mas poderia ser assemelhada ao tamanho de algumas águias. Era super poderosa, tinha o poder de se transformar em uma ave de fogo, muito inteligente e não precisava se alimentar para poder viver. Pela sua morte diferente, a fênix tornou-se um símbolo de força, da imortalidade e do renascimento.A mais antiga referência da ave mitológica Fênix vem de textos antigos que datam de mais de quatro mil anos, como é o caso de “Os Textos das Pirâmides”, que se constituem os mais antigos textos do Egito, gravados nas paredes internas das pirâmides da 5ª e 6ª dinastias ( 2.400-2.200 aproximadamente ).

Segundo a lenda, apenas uma fênix podia viver de cada vez. Quando a fênix sentia a morte aproximar-se, construía uma pira de ramos de canela, salvia e mirra, em cujas chamas morria queimada. Mas das cinzas erguia-se, então, uma nova fênix, que colocava, piedosamente, os restos da sua genitora num ovo de mirra e voava com eles à cidade egípcia de Heliópolis, onde os colocava no Altar do Deus do Sol ( Deus Ra ). Dizia-se que estas cinzas tinham o poder de ressuscitar um morto. A vida longa da fênix e o seu dramático renascimento das próprias cinzas transformaram-na em símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual.


Mitologia Egípcia

A Fênix grega de plumas douradas tem origem na Bennu egípcia, que se diz ter sido a primeira criatura a emergir da lama primordial. Os egípcios adoravam bennu, uma ave sagrada semelhante à cegonha. O bennu, assim como a fênix, estava ligada aos rituais de adoração do Sol em Heliópolis. As duas aves representavam o Sol, que morre em chamas toda tarde e emerge a cada manhã. Cumprido o ciclo de vida do bennu, ele voava a Heliópolis, pousava sobre a pira do deus Rá, ateava fogo em seu ninho e se deixava consumir pelas chamas, renascendo das cinzas.


Mitologia Grega
A fênix ou fénix (em grego ϕοῖνιξ) é um pássaro da mitologia grega, de grande porte que merecia o título de animal mais raro da face da terra, simplesmente por ser a única de sua espécie. É impressionante saber que existiu ave tão diferente como essa, conhecida por toda Europa, tão divina e de imensa beleza, que até parece mágica; mágica por que quando morria, entrava em combustão, ou seja, pegava fogo e de suas cinzas, nascia uma nova Fênix e, também, podia curar ferimentos e doenças com suas lagrimas, além de suportar cargas muito pesadas e dominar a arte da Pirocinese (produzia e manipulava o fogo). Para os gregos, a fênix por vezes estava ligada ao deus Hermes e é representada em muitos templos antigos. Há um paralelo da fênix com o Sol, que morre todos os dias no horizonte para renascer no dia seguinte, tornando-se o eterno símbolo da morte e do renascimento da natureza. Hesíodo, poeta grego do século VIII a. C., afirmou que esta ave vivia 9 vezes o tempo de existência do corvo, que tem uma longa vida. Outros cálculos mencionaram até 97.200 anos.


Império Romano

Durante o Império Romano, a Fênix tornou-se o emblema do Império Eterno e figurava em moedas e mosaicos, pois os romanos viam na ave uma metáfora para o caráter imortal e intocável do Império Romano.


Mitologia Chinesa
Na mitologia Chinesa, a Fênix é conhecida como Fenghuang, uma das 4 criaturas das direções. Partilha o equilíbrio entre o Yin e o Yang, representando os poderes solares do Yang e os lunares do Yin. Representa a Imperatriz, as qualidades da beleza e da paz e os 5 elementos. Na China antiga a fênix foi representada como uma ave maravilhosa e transformada em símbolo da felicidade, da virtude, da força, da liberdade, e da inteligência. Na sua plumagem, brilham as cinco cores sagradas: roxo, azul, vermelho, branco e dourado. O fenghuang também é chamado de “galo celestial”, já que, por vezes, toma o lugar do galo comum no horóscopo chinês.


Mitologia Japonesa
Na mitologia Japonesa, a fênix é conhecida como Ho-Ou, visitando a Terra em eras sucessivas para anunciar uma nova era, antes de regressar ao céu. Representa o sol, a justiça, a fidelidade e a obediência. Desde os tempos antigos tem sido amado como uma ave considerada como um bom presságio. Hou-ou é o pássaro mais sagrado de todos e é considerado o rei dos pássaros devido à sua alta espiritualidade. A Hou-ou libera um brilho dourado, sua plumagem é decorada com cinco cores bronze, seu pescoço é alongado como uma serpente, seu corpo tem os padrões de dragões e seu bico assemelha a de um galo. A primeira parte do seu nome “Hou” indica metade masculina e a segunda “ou” indica feminino. Ambos começamos masculinos e femininos a vida espiritual como insetos e aves sagradas se após 360 dias.


Tradição Judaica
A tradição judaica fala da Fênix como a Milcham. Dizem que, no Jardim do Paraíso, o Éden original, debaixo da Árvore da Sabedoria, crescia uma roseira. De sua primeira rosa nasceu um pássaro, e seu vôo era como um raio de luz, com magníficas cores e maravilhoso canto. Quando Eva comeu o fruto proibido da Árvore do Conhecimento, tornou-se invejosa da natureza não pecadora dos animais e incitou-os a comerem da Árvore, também. Todos obedeceram, exceto a Milcham, cuja fortitude foi recompensada com a oferta da imortalidade. Foi-lhe permitido viver numa cidade muralhada, durante 1.000 anos. Quando os 1.000 anos passam, um fogo consome a Milcham deixando apenas um ovo que vive um novo ciclo de 1.000 anos. A ave morreu nessa fogueira, mas das próprias chamas surgiu uma outra, a Fênix, com uma plumagem inigualável, com o corpo dourado.  Até hoje o pássaro Milcham reside na cidade que o anjo da morte lhe construiu e ele é fecundo e multiplica-se como as demais criaturas. São mil os anos de sua vida e, quando decorridos estes mil anos, uma fogueira parte do seu ninho e consome os pássaros; resta apenas um ovo, que se transforma em pintainho e o pássaro continua a viver. Outros, porém, dizem que, quando chega a mil anos, o corpo enruga e as asas perdem as penas, de maneira que se parece novamente com um pintainho. Depois disso, a plumagem se renova e ele alça vôo como uma águia, e a morte jamais lhe sobrevém.


Cristianismo

No início da era cristã, esta ave fabulosa foi símbolo do renascimento e da ressurreição. Neste sentido, ela simboliza o Cristo ou o Iniciado, recebendo uma segunda vida, em troca daquela que sacrificou. Com o surgimento do cristianismo, a fênix passou a representar a idéia de ressurreição e de vida após a morte, pois esta ave, circundada por raios solares, representava Jesus Cristo, que havia morrido e ressuscitado; simbolizava, também, a esperança que nunca deve morrer no homem. Como a nova Fênix acumula todo o conhecimento obtido por suas antecessoras – que, na realidade, são a mesma – um novo ciclo de inspiração e esperança começa. A ressurreição periódica da fênix de suas cinzas foi freqüentemente citada por autoridades da Igreja como prova da ressurreição geral dos mortos. Ainda que as descrições variem, o significado da fênix nos bestiários é geralmente a de símbolo de Cristo e de sua ressurreição, imortalidade e vida após a morte.


Registros Históricos

Heródoto, geógrafo e historiador grego, nascido no século V a. C.,, assim a descreveu:
Existe outro pássaro sagrado, também, cujo nome é fénix. Eu mesmo nunca o vi, apenas figuras dele. O pássaro raramente vem ao Egito, uma vez a cada cinco séculos, como diz o povo de Heliópolis. É dito que a fénix vem quando seu pai morre. Se o retrato mostra verdadeiramente seu tamanho e aparência, sua plumagem é em parte dourado e em parte vermelho. É parecido com uma águia em sua forma e tamanho. O que dizem que este pássaro é capaz de fazer é incrível para mim. Voa da Árabia para o templo de Hélio (o Sol), dizem, ele encerra seu pai em um ovo de mirra e enterra-o no templo de Hélio. Isto é como dizem: primeiramente molda um ovo de mirra tão pesado quanto pode carregar, então abre cavidades no ovo e coloca os restos de seu pai nele, selando o ovo. E dizem, ele encerra o ovo no templo do Sol no Egito. Isto é o que se diz que este pássaro faz.

Esse relato de Heródoto deixa clara a natureza originalmente oral do que se sabia e que se entendia pela Fênix. Eram histórias passadas de boca a boca e transmitidas por ser uma lenda maravilhosa e admirável.Também deixa clara a exitação desse historiador ao confirmar essa lenda como certa. No entanto, na mitologia clássica, a ave Fênix era considerada como algo mais que um mito poético ou uma ingênua lenda inventada e aperfeiçoada pelo imaginário popular; o imaginário da Fênix e toda sua mitologia estavam arraigados no subconsciente coletivo, rompendo as fronteiras geográficas e tornando-se um mito universal nascido do vetor mais de uma tradição egípcia, mas que também possui manifestações de incrível similitude na Índia e China.

Apolonio de Tiana, filósofo neo-pitagórico e professor de origem grega, nascido no século II a. C., fez a seguinte citação:
E a fénix, ele disse, é o pássaro que visita o Egito a cada cinco séculos, mas no resto do tempo ela voa até a Índia; e lá podem ser visto os raios de luz solar que brilham como ouro, em tamanho e aparência assemelha-se a uma águia; e senta-se em um ninho; que é feito por ele nas primaveras do Nilo. A história do Aigyptos sobre ele é testificada pelos indianos também, mas os últimos adicionam um toque a história, que a fénix enquanto é consumida pelo fogo em seu ninho canta canções de funeral para si“.

Tacito, historiador romano, por exemplo, mesmo admitindo a existência de elementos fabulosos nas histórias sobre a Fênix lenda, endossa o caráter “histórico” dessa lenda:
No consulado de Paulo Fábio Maximio ( 12 a. C. ) e Lucio Vitélio ( 2 a. C. ), depois de um longo decurso de anos, apareceu no Egito a fênix, maravilha que foi matéria para doutas dissertações dos naturais e dos Gregos da época. Sobre alguns pontos são todos acordes, sobre outros falam com incerteza, como vou contar, pois vale a pena saber. Essa ave é consagrada ao sol, e pela forma e natureza das plumas é diferente de qualquer outras: nisto concordam os que a descreveram; mas a respeito do período de ano de seu reaparecimento variam as opiniões. Ficam geralmente o ciclo de quinhentos anos, e alguns pretendem que seja de mil quinhentos e sessenta e um, pois que as primeiras foram vistas nos reinados de Sesósides, de Amásis e mais tarde no de Ptolomeu, terceiro dos reis macedônios, tendo elas voado para a cidade de Heliópolis, com grande acompanhamento de aves, admiradas de sua estranha figura. Não há certeza, porém nos fatos da antiguidade: entre Ptolomeu e Tibério, decorreram menos de duzentos e cinqüenta anos; e por isso alguns pensaram que não era esta a verdadeira fênix, nem procedente da Arábia, nem semelhante às de que rezam as antigas memórias. Portanto, conforme a tradição, quando, completo o número de anos, se avizinha a morte, a fênix faz em sua terra um ninho, que ela fecunda, e donde nascerá um filhote. Apenas cresce este, seu primeiro cuidado é sepultar o pai. Não o faz, porém, de qualquer maneira, mas, tomando certa quantidade de mirra e experimentando suas forças, quando se acha capaz de com o peso vencer a viagem, carrega o corpo do pai para o altar do sol e ali o queima. Tudo isto, entretanto, incerto e aumentado de fábulas, mas não se duvida de que às vezes esta ave é vista no Egito”.

Fim da parte I

Wilton Brandão Parreira Filho
M.’. M.’. – ARLS Wilson Lopes de Almeida, 673 (São Paulo, Brasil)

 

BIBLIOGRAFIA:

  1. Fênix – http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%AAnix;

  2. Fênix – http://andromeda-news.blogspot.com.br/2008_11_01_archive.html;

  3. Lenda da Fênix- http://telehomeoffice.blogspot.com.br/2011/09/lenda.html;

  4. História da Fênix: http://telehomeoffice.blogspot.com.br/2011/09/historia-da-fenix.html;

  5. Significado de Fênix – http://www.significados.com.br/fenix/;

  6. A Fênix – http://www.poesiasefrases.com.br/a-fenix/;

  7. Fênix, o enorme pássaro da mitologia grega – http://www.plox.com.br/caderno/bichos/f%C3%AAnix-o-enorme-p%C3%A1ssaro-da-mitologia-grega;

  8. História da ave mitológica Fênix e mais de 20 desenhos para tatuagem –http://expotattoonews.blogspot.com.br/2012/08/historia-da-ave-mitologica-fenix-e-mais.html#!/2012/08/historia-da-ave-mitologica-fenix-e-mais.html;

  9. Fênix, a Ave Mitológica – http://www.youtube.com/watch?v=z0f0jNlCvNg;

  10. O Mito da Fênix – http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/2723333

  11. Mistérios Fantásticos – Fênix – http://misteriosfantasticos.blogspot.com.br/2010/07/fenix.html

  12. Assinatura Maçônica no resgate dos 33 mineiros chilenos – http://sopalavrass.blogspot.com.br/2011/07/assinatura-maconica-no-resgate-dos-33.html