AS TRÊS GRANDES LUZES

Na iniciação maçônica, logo após o nosso juramento e ao recebermos a Luz, defrontamo-nos imediatamente com as três grandes Luzes emblemáticas da Maçonaria universal. É sabido que, ao redor do mundo, nenhuma Loja Maçônica regular executa seus trabalhos sem que o Compasso e o Esquadro figurem expostos sobre o volume da Ciência Sagrada.

Sobre estes instrumentos podemos apresentar inúmeras alegorias, pois significam uma coisa nas palavras e outra no sentido, representando na Maçonaria o conhecido e o desconhecido.

Com o Compasso podemos desenhar o círculo espelhado para o infinito, centralizado pelo ponto que pode representar o início de toda a evolução. Representa a Justiça e nos ensina o princípio e o fim dos nossos direitos. Na ação deste instrumento figura a dualidade de suas hastes e a união destas na sua junção. É nisto que se exprime um dos mais sublimes preceitos maçônicos, ou seja, o da união, da harmonia e do amor entre os maçons.

O salmo 133, na abertura dos trabalhos, expressa muito bem esta trilogia: “Oh quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”… e mais adiante, “é como o orvalho do Hermon”… [montanha na fronteira entre o Líbano e a Síria, sempre coberta de neve, cujo reflexo atinge grandes distâncias] “que desce sobre os Montes de Sião”… [região de Jerusalém onde o rei Davi construiu uma residência real e mais tarde o rei Salomão construiu um imenso Templo] e em continuidade ao salmo, “porque ali o Senhor ordena a sua benção e a vida para sempre”. Com estas palavras o rei Davi externou a sua alegria ao contemplar a união de todas as tribos de Israel. A maçonaria adota o Compasso sobre o altar, sob o Esquadro no 1º grau, para simbolizar também o universo em oposição ao homem.

O Esquadro, para execução dos projetos é imprescindível, significando como que a base de um edifício. É um instrumento muito útil para traçar ângulos retos, baseado no teorema de Pitágoras. Podemos aplicar este teorema ao nosso comportamento na vida profana, onde as linhas retas do esquadro podem indicar-nos o caminho mais curto para a prática da virtude.

Todo trabalho seria inútil se não tivéssemos a condição de medir as distâncias e coordenar os ângulos perfeitos para transformação de nossa Pedra Bruta. O Esquadro é o símbolo da retidão e nos ensina permanecermos fiéis aos Ir.’..
O Livro da Lei, para o nosso espírito significa a Equidade.

Ele é o instrumento da Sabedoria que nos ilumina e nos guia, regulando a nossa conduta no lar, no trabalho e na sociedade. Sobre o L.’.L.’. é feito o nosso juramento, pois é o ponto culminante da habilitação interior para o recebimento da Luz. Não é suficiente o juramento fundamentado na Honra. Este ato solene é realizado em presença do G.’.A.’.D.’.U.’., quando adquire um caráter espiritual, comprometendo a consciência religiosa do homem. Nestas condições, a sua Honra e a sua Fé dão garantia da autenticidade de suas afirmações.

A recepção da Luz é o ponto culminante da iniciação maçônica, tendo como objetivo maior relação que une o Homem a Deus.

Pedro Juchem,
M.’.M.’. – Loja Venâncio Aires II, nº 2369, GOB RS , Or.’. Venâncio Aires, RS, Brasil.