A CRENÇA EM DEUS – ASPECTOS DO RITO MODERNO

O teólogo Fabrício Veliq expõe que CRENÇA e FÉ têm relações e diferenças. É muito comum que cristãos vejam outras religiões como crenças e a religião cristã como fé e nisso é possível perceber que no uso dos termos está implícita certa noção de superioridade do Cristianismo em relação às outras religiões.

De certa forma, traz a ideia de que as outras religiões somente têm crenças e acreditam cegamente em algo, enquanto o Cristianismo é a religião que possui a fé e, por isso, a melhor de todas e a mais correta. Nada mais errôneo, até mesmo porque pode haver cristãos que somente tenham uma crença cristã, assim como budistas que tenham uma fé budista, e assim por diante. Acreditar em algo não gera a fé em algo, na perspetiva da teologia cristã. A fé sempre pressupõe uma decisão em liberdade para ela e, portanto, nunca deve ser pensada como sendo algo adquirido pelo simples hábito.

Estar cercado por pessoas de fé não nos tornam pessoas de fé. Essa fé, como entendida no Cristianismo, vem por meio de um encontro com uma pessoa que, conforme cremos, é o crucificado que foi ressuscitado. Fé e crença, portanto, embora muitas vezes tratadas como iguais, revelam diferenças que não devem ser deixadas de lado quando analisadas de forma mais profunda, visto que as terminologias sempre podem influenciar grandemente o modo como nos relacionamos com nossos irmãos e também com as outras religiões.

Na maçonaria os sistemas ritualísticos podem ser divididos em ritos deístas, teístas e adogmáticos. Determina essa diferenciação o texto do ritual relativo à qualidade de consciência da presença de Deus nos trabalhos maçônicos e a interpretação dos Princípios morais simbolizados na lenda da cerimônia e no ornamento da Loja.

A Maçonaria exige a crença em um “Princípio Criador”, sobre o qual não desenvolve doutrina, deixando que cada maçom o interprete segundo sua religião pessoal. Assim sendo, nenhum maçom deve apresentar suas conceções metafísicas pessoais como se fosse ensino maçônico. O importante é que cada maçom, assim que iniciado, não importando em qual seja o Rito por que passou pelo cerimonial de iniciação, busque conhecer, amiúde, as mais variadas vertentes ritualísticas maçônicas, para que tire as suas próprias conclusões e melhor desempenhe o seu conhecimento, no sentido de que complete o seu EU interior.

Cleber Tomás Vianna,
M.’.I.’., A.’.R.’.L.’.S.’. Cavaleiros do Delta, 4544 – Piauí/Brasil.