O INEXATO TERMO ” EXALTAÇÃO” PARA O GRAU DE MM

Inicio o presente traçado lembrando-vos que geralmente é conveniente “rejeitar dez verdades como sendo mentiras, do que aceitar uma única mentira como sendo verdade.”

Antes de dissecarmos sobre o tema acima proposto, recorro aos traçados do século XVII, através da pena do filósofo La Rochefoucauld, plenamente adequados ao século XXI, para reflexão daquele que como M.M., deverá, ou melhor dizendo, deveria ter domínio sobre sí mesmo. “Perdoamos facilmente a nossos inimigos os defeitos que não nos incomodam. Não se deve julgar os méritos dos homens por suas grandes qualidades, mas pelo uso que delas sabe fazer. As paixões mais violentas às vezes nos deixam em paz, mas a vaidade nos agita sempre. Os velhos loucos são mais loucos que os jovens. A coveniência é a menor de todas as leis, e a mais seguida. Ganharíamos mais em nos mostrar tais como somos que em tentar parecer o que não somos. Estamos longe de saber tudo o que nossas paixões nos induzem a fazer. A vaidade nos induz a fazer mais coisas a contragosto do que a razão.”

O termo EXALTAÇÃO é correspondente a Glorificar, tornar-se alto, levar ao mais alto grau de intensidade ou energia, elevar-se, portanto; totalmente inadequado ao conjunto da Cerimônia erroneamente denominada “exaltação” ao Grau de M.M.

Baseado e alicerçado na História, recorro a tradição da Grande Loja dos Antigos de 1751, bem como à Grande Loja dos Modernos de 1717, que classifica de forma justa e perfeita como CERIMÔNIA DE ELEVAÇÃO AO GRAU DE M.M. A GLUI. manteve a lógica, permanecendo e fazendo uso do correto termo ELEVAÇÃO.

A história sinaliza que o REAA.`., amplamente praticado na América Latina, solidificado a partir da base do Rito de Heredon, com o acréscimo de 8 Graus, perfazendo os famosos 33 Graus, foi criado sem os graus simbólicos, ou seja, sem os graus 1,2 e 3, para ser praticado e trabalhado nos altos Graus. A exceção dos povos de origem latina, raramente é trabalhado no simbolismo, mantendo a sua tradição inicial. Após breve exposição de fatos históricos, é fácil compreendermos várias adaptações no simbolismo junto ao REAA., como por exemplo a influência da Ordem Rosa + Cruz, e a inexata terminologia EXALTAÇÃO ao invéz do correto termo ELEVAÇÃO.

No recebimento do Gr. de M.M., o Comp. se depara em um ambiente que o remete à morte. Posteriormente, vivencia a dor e a consternação com a morte do nosso Grão Mestre H.A. após ser elevado da esq. através dos 5 PP.do Comp. Após, efetivamente passa ter consciência de que o M. está morto, que a P. de M. se perdeu, e que o Templo está incompleto com sua construção paralisada. Que houve a perda da P. de M. com a quebra de uma das três Colunas de sustentação do Templo. Que S.R.I e H.R.T. não poderiam formar novos Mestres, impedindo por consequência, a difusão da Arte da construção.

Após deparar-se com o fato acima, não há como persistir na ilusão de que houve a decantada plenitude maçônica, muito ao contrário. Se o V.M. de uma Loja Simbólica tenha parado no simbolismo, será incapaz de responder perguntas básicas, tais como: – a palavra foi recuperada? Como ocorreu, e como foi possível o término do Templo?

Queridos Mestres, devemos ter a humildade de observar que o Grau 4 do REAA. é chamado Mestre Perfeito. Por lógica e raciocínio, o Mestre de GR.`. 3 não é perfeito, porque obviamente há respostas mais adiante que obviamente ainda não sabe.

O magnífico Rito de York, não tão belo, pomposo e exotérico como o REAA.`. é sublime e magnâmico quando Exalta o Maçom ao Mui Sublime Grau de Maçom do Real Arco. No Grau anterior, como M.E.M (Mui Excelente Mestre), viu o término e a dedicação do Templo. Exaltado, recuperou a palavra que se perdeu, tendo a honra de reviver um dos nossos três antigos Grãos Mestres, com a formação do triângulo vivo. Compreenderá ainda o porque do uso da antiga fórmula: “O V.M. de minha Ofic. vos saúda por 3×3,” que geralmente é repetida como um papagaio que repete palavras, sem nenhum entendimento.

O Ritual de M.M. editado em janeiro de 2006 da E.V. pela Mui Respeitosa GLESP.`,. na página 34, traça de forma J. e P. a correta terminologia que deveria adotar: “Petendia Salomão ao término da construção, elevar a Mestres os que realmente merecessem.”

Outro absurdo e afronta à lógica numérica é o traçado formulado pela GLUI, através do Tratado de União de 1813, conforme segue; “A antiga pura Maçonaria consiste de três graus e somente três, isto é, Aprendiz, Companheiro e Mestre, incluindo o Sagrado Real Arco…” Para compreendermos o porque da aberração frente à aritimética devemos recorrer novamente à História observando que o legítimo e irretocável R.Y., praticado na sua totalidade de Graus pela Grande Loja dos Antigos, permaneceu inalterado, graças ao GADU. e a fatos Históricos, na antiga colônia da Inglaterra, conhecido como Estados Unidos da América, independente do julgo Inglês em 1776.

Recorro ao pai de todos os Ritos Maçonicos, o Rito de York, devidamente patenteado em 1779 por Tomas Smith Web. “Meu Ir., nessa humilde posição representais nada menos que o nosso antigo GM. operativo H.A., que por sua integridade foi assassinado pouco tempo antes que completasse o Templo. Dizemos que seu corpo foi elevado pelo Tq. Subs. do MM., também chamado de GR. do Leão de Judá. Com o mesmo Tq. Elevarei o vosso e, após elevar-vos, comunicarei a Pa. Subs. Do MM. pelos 5 PPt. de Comp.”

“Deus Todo poderoso, nosso Pai Celestial, que Tua sabedoria permitiste que a morte fosse uma experiência inescapável da humanidade, concede-nos que, nessa representação simbólica deste encontro inevitável, não nos lembremos apenas da incerteza e da brevidade da vida, mas também de sua seriedade. Que nossos corações se elevem à esperança maior e à fé mais sólida no Teu cuidado e amor constantes. Que ao cruzar o portal da morte possamos adentrar nas Tuas Moradas Eternas, Teu Sanctum Santorum acabado, onde possamos continuar a Teu serviço e em Tua paz eterna. Amém.”

Que o presente trabalho apresentado nos conduza a busca de mais Luz, fazendo com que abandonemos irracionais pré-conceitos. Que façamos para tal, o uso do esquadro da razão.

Paulo Santos
M.’. I.’. – A.’.R.’.L.’.S.’. Verdadeiros Amigos 3902, Oriente de São Paulo (Brasil)

BIBLIOGRAFIA:

  • Lembranças das elevações ao Gr. de M.M. do REAA. e R.Y., além dos Graus de MEM., e MRA do legítimo R.Y.

  • Crédito e fonte consultada entre as devidas (“ “ ), indicando à quem pertence o Trabalho.