“Estudai primeiro e vede depois, porque compreendereis melhor.”
Apreendemos que temos a obrigação perante a verdade, e assim sendo, ouso apresentar à luz da razão o grande equívoco em nominar o RITUAL DE EMULAÇÃO praticado pelas Lojas jurisdicionadas aos Grandes Orientes Federados junto ao GOB. como sendo o RITO DE YORK. A potência primaz do Brasil relaciona a prática de seis Ritos, entre os quais o inexistente RITO DE YORK, que na verdade trata-se do RITUAL DE EMULAÇÃO, surgido após a fusão das Grandes Lojas dos Antigos com a Grande Loja dos Modernos em 1813, possível com a criação da Loja da Reconciliação no mesmo ano, em início de dezembro, cuja finalidade foi agradar tanto a Gregos e Troianos; tanto é que acabaram por emular o Rito de York, que se manteve íntegro na sua ex-colônia, liberta de seu julgo há 37 anos, hoje, a maior potência Maçônica do mundo, os Estados Unidos da América.
Não possuo a habilidade no traçar do grande historiador Ir. Joaquim da Silva Pires, que alicerçado em fatos históricos dirimiu de forma inconteste a inexistência do Rito de York junto às Lojas Simbólicas afetas ao GOB., através do seu artigo “O Inominado Rito Inglês”, publicado na Revista Engenho e Arte nº 13 no ano de 2004.
Os breves traçados serão alicerçados na HISTÓRIA e em fatos documentais, com o único objetivo de levar à VERDADE aos Iir. que erroneamente creem praticar o Rito de York em suas Lojas, difundindo de forma não dolosa um trabalho totalmente fora de esquadro. Para tanto, alicerço o presente trabalho em nossos antigos preceitos, conforme orientação da nossa Potência: “E não pões nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da verdade, nem reconhece outro limite nessa busca senão o da razão com base na ciência.”
Aos 21 dias de Dezembro de 1912, a Grande Loja Unida da Inglaterra firmou tratado junto ao GOB.’. conforme segue: “ Fica pelo presente convencionado que a autorização ora outorgada abrangerá os três graus da Antiga Maçonaria, a saber, os de Aprendiz, Companheiro e Mestre, juntamente com a Ordem Suprema do “Holy Royal Arch”, tornando-se também extensiva a autorização de Capítulos da Royal Arch a serem anexados a Lojas que, presente ou futuramente exercerem a suas atividades soba a direção da Grande Loja Distrital que será administrada de conformidade com a prática em vigor de acordo com a Jurisdição Inglesa.”
Devemos observar que a “Ordem Suprema do Sagrado Real Arco” está afeta à Potência Simbólica, no caso específico, ao Grande Oriente do Brasil, não devendo ser confundida com o Real Arco, afeto ao Supremo Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil, a parte da Potência Simbólica, como ocorre, por exemplo, nos Altos Graus do REAA.’. a partir do GR.’.4.
O conjunto que forma o maravilhoso RITO DE YORK foi devidamente patenteado em 1797 pelo Ir. Thomas Smith Webb, inexistindo na Inglaterra. No RITO DE YORK, todos os Graus são iniciáticos. Após o Grau de Mestre, é dividido em Loja Capitular do Real Arco (Mestre de Marca, Past Master, Mui Excelente Mestre e Maçom do Real Arco); Conselho Críptico (Mestre Real e Mestre Escolhido); e Ordens de Cavalaria (Ordem da Cruz Vermelha, Ordem de Malta, e Ordem do Templo). Observo que o Conselho Críptico concede o belíssimo Grau de Super-Excelente Mestre em caráter honorífico, uma vez por ano, não sendo pré-requisito possuí-lo para ingresso na Ordem de Cavalaria.
No simbolismo o Rito de York foi efetivamente praticado nas Lojas afetas ao Grande Oriente dos Beneditinos, criado após uma cisão junto ao GOB. em 1863; através da Loja Vésper (1872) no Oriente do Rio de Janeiro, Loja Washington (1874) no Oriente de São Paulo, e Loja Lessing (1880) no Oriente do Rio Grande do Sul. Em 1880 o GOB. obteve o reconhecimento da GLUI., e após três anos, o Grande Oriente dos Beneditinos retornaria novamente ao seio do GOB.
Outra grande confusão foi à incorreta tradução realizada por Iir. do GOB., no tratado firmado com a Grande Loja Unida da Inglaterra através do “Grand Council of Craft Masonry in Brazil.” Grande Conselho da Maçonaria Simbólica no Brasil, erroneamente traduzido como – Grande Capítulo do Rito de York. O Ritual de Emulação efetivamente praticado no GOB, na edição de 2009 no Grau de Aprendiz Maçom apresenta em sua capa – CERIMÔNIAS APROVADAS DO RITO DE YORK (RITUAL DE EMULAÇÃO PRATICADO NO GOB). Iir., Ritual de Emulação é uma prática ritualística adotada, já o Rito de York é um sistema dividido e organizado conforme exposto acima, que forma e dá corpo a um Rito, inexistente na Grande Loja Unida da Inglaterra.
Às páginas 19 do Ritual do Grau de Apr. M. do GOB., o Ir. M.M. Fernando de Faria traça com extrema propriedade, conforme segue; “Diante do exposto constata-se nítida distinção entre o que o mundo maçônico em geral denomina de RITO DE YORK (um sistema em 13 graus, formado nos EEUU)…”
Às páginas 24 finaliza “ Seria bom deixar o nome RITO DE YORK para o sistema em 13 graus, conforme formulação norte americana, ficando ao Trabalho de Emulação não o nome RITO DE YORK que causa muita confusão, e muito menos o nome Rito de Emulação, também bastante inadequado, pois não chega se constituir em um rito.” Particularmente creio que o GOB. deveria fazer uso da Trolha no campo Ritualístico, após, teríamos a única nomenclatura cabível, ou seja, a Justa e Perfeita, retificando-o para – RITUAL DE EMULAÇÃO (Praticado pela GLUI.)
Como um legítimo Cavaleiro Rosa + Cruz do REAA., nutro acessa a chama da Esperança em ver a inclusão do legítimo Rito de York junto à nossa Potência, conforme realidade atestada através da demanda de Iir. das Grandes Lojas ligadas à CMSB., bem como perante a Honrada COMAB. Em nosso Oriente, com crescimento constante, é praticado no simbolismo em algumas Lojas ligadas à Mui Respeitável Grande Loja do Estado de São Paulo (GLESP.), e as Lojas ligadas ao Grande Oriente Paulista (GOP.)
Inegável negar que há um impacto e uma reluzente áurea na nomenclatura RITO DE YORK perante os Maçons, atestado no antigo traçado; “A mais Antiga e Honorável Fraternidade de Maçons livres e Aceitos (de acordo com as antigas Constituições concedidas por Sua Alteza Real, o rincipe Edwin, em YORK, no Anno Domini 926. Bernard Jones Freemansons, Guide and Compendium -1988, como é justo ressaltar a incorreta classificação do Ritual de Emulação como sendo RITO DE YORK.
Para fechar o presente trabalho, faço uso dos profundos ensinamentos da Ordem da Cruz Vermelha do Rito de York: “Soberano Mestre, quando nosso Mui Excelente Grão Mestre, Salomão, Rei de Israel, governou nossa Arte, ensinou que “a VERDADE é um atributo divino e o fundamento de todas as virtudes.” …Mas a VERDADE, esta é imutável e perdura para sempre. Os benefícios que dela recebemos não estão sujeitos a variações e vicissitudes. Ela é a força, a sabedoria, o poder e a beleza de todas as eras. Bendito seja o Deus da VERDADE!”
Que assim seja.
N.N.D.N.N.
Paulo Santos
M.’. I.’. – A.’.R.’.L.’.S.’. Verdadeiros Amigos 3902, Oriente de São Paulo (Brasil)
BIBLIOGRAFIA:
Ritual do Grau de Apr. M. edição 2009 do GOB., Ritual da Ilustre Ordem da Cruz Vermelha 2009 Comanderia Templária do Brasil – Duque de Caxias, Cada Coisa tem seu nome – Como o Rito de York ganhou outro nome no Brasil – Ir. João Guilherme – 2010.