SER APRENDIZ

Ser Aprendiz Maçon é receber um convite de um amigo, responder questionários durante sindicâncias, sofrer angustiosamente o comunicado de aprovação para seu ingresso na maçonaria.

Ser Ap. M. é vestir seu terno preto, chegar a um local estranho, cheio de pessoas desconhecidas, e, logo na entrada, ter vendado a sua visão, ser despojado de todos os seus metais, ter despido o lado esquerdo do seu peito, sua perna até joelho e seu pé; ser colocado sozinho com seus pensamentos, paixões, vaidades e vícios.

Ser Ap. M. é esperar um longo período, quase uma eternidade, e subitamente ser colocado em um cômodo pequeno, conhecido como câmara de reflexão, cheio de objetos e inscrições sugestivas, com um questionário e um testamento a ser preenchido na suas mãos, realizando a sua primeira viagem.

Ser Ap. M. é ser guiado com olhos vendados, semi nu e sem metais por um estranho que bate em uma porta e pede sua entrada, é ser interrogado sobre seus deveres com Deus, para consigo e para com a humanidade.

Ser Ap. M. é humildemente, confiando em seu guia, viajar por mais três vezes, a primeira e mais difícil aprendendo a vencer os obstáculos, a segunda ser batizado pela água e a terceira ser batizado pelo fogo. É provar o doce e o amargor, é ser colocada à prova toda a sua vontade de ser realmente um M.. É doar seu próprio sangue a causa sagrada da maçonaria.

Ser Ap. M. é joelhar e jurar silêncio sobre o que escutar, jurar não escrever, gravar ou formar nenhum sinal que possa revelar a palavra sagrada, jurar sua união eterna com a fraternidade, comprometendo-se a ajudar seus irmãos a qualquer momento. É ser digno de receber a luz, é nascer para a vida maçônica.

Ser Ap. M. é consagrar-se com palavras e ter acima da sua cabeça a Espada Flamejante, sendo tocada por três vezes pelo V. M.. É ser recebido por pessoas antes desconhecidas, e agora, seus verdadeiros irmãos, dispostos a ajudá-lo. É aprender a dar os primeiros golpes para o desbaste da pedra bruta e receber a verdadeira veste maçônica, o avental.

Ser Ap. M. é aprender o sinal da ordem, o sinal gutural, o aperto de mão com os devidos toques, a palavra sagrada, a semestral e a de convivência. É aprender andar no Templo, sempre do ocidente para o oriente, do norte para sul sempre saudando o Delta, quando de sua passagem pelo Equador.

Ser Ap. M. é entrar na sala dos passos perdidos, passar pelo átrio e, após entrar no templo, sempre com seu avental com a abeta voltada para cima, sentar-se no topo da coluna do norte e observar o templo com sua  forma de quadrilongo, com o chão quadriculado, a entrada no ocidente tendo acima da porta a chama votiva, rodeado pela corda de 81 nós, as colunas zodiacais, sua abóboda celeste, com suas constelações, as colunas de bronze com a esfera celeste e as 3 romãs ( mostrando pela sua divisão interna, os bens produzidos pela influência das estações, representando as LL. e os MM., espalhados pela superfície da Terra e ainda assim, constituindo uma e mesma família ) , observar os 4 degraus que levam ao oriente ( Força, Trabalho, Ciência e Virtude ), e acima do trono do V. M. o delta luminoso sempre ladeado pelo sol e pela lua, o altar dos perfumes defronte ao altar do V. M., o altar dos juramentos com seus paramentos  ( o livro da lei sagrada, representando o Código da Moral, o compasso, sempre com as pontas ocultas sob o esquadro : que só se mostram unidos em loja representando a medida justa que deve presidir todas as nossas ações ), ladeado por 3 castiçais ( sabedoria : para orientar-nos no caminho da vida, força : para nos animar e sustentar em todas as dificuldades e beleza : para adornar as nossas ações, nosso caráter e nosso espírito ), os ornamentos ( o pavimento mosaico, representando a fraternidade; a estrela flamejante, representando a caridade e a orla dentada, representando o amor).

Ser Ap. M. é observar o altar que o V. M. tem assento,colocado sempre no Oriente sob o dossel e sobre 3 degraus ( Pureza, Luz e Verdade), ladeado por 2 cadeiras : para o ex – V. M. à esquerda, e para a maior autoridade presente à direita, com o candelabrado à frente, ainda no oriente e ao norte, o altar do orador, ao sul, o altar do secretário. No ocidente e a esquerda da coluna B e sobre 2 degraus o altar do 10 vigilante, a pedra bruta, o maço e o cinzel,e, a esquerda da coluna J e no meio, sob a Estrela Flamejante com a letra G no centro, e sobre 1 degrau, o altar do 20 vigilante, com pedra cúbica, ambos com os seus candelabrados.

Observar também, logo após a coluna do norte, a direita do orador e por fora da balaustrada, o altar do tesoureiro e simetricamente a esquerda o altar do chanceler. No meio dia ( sul ), ao norte e no oriente os bancos colocados longitudinalmente em linha paralelas, onde ficam os aprendizes no norte, os companheiros ao sul e os mestres nas cadeiras da primeira fila.

Ser Ap. M. é começar a conhecer o Rito Escocês Antigo e Aceito, visitar outras lojas, conhecer outros MM. fora de sua loja, é assistir uma iniciação e compreender o que está passando com o neófito, é assistir a uma filiação e vislumbrar a felicidade do Irmão.

Ser Ap. M. é receber ensinamentos, conceitos e experiências de seus irmãos, é estudar para alcançar progressos na maçonaria. É começar a utilizar seus instrumentos de trabalho : a  régua  de 24 P. P. para planear suas atitudes, representando a sabedoria; o maço para aplicar toda a energia, representando a força e o cinzel para polir seus vícios, vaidades e paixões, representando a beleza. É compreender que todos começam sua vida na maçonaria como a Pedra Bruta e deve determinar suas ações, aplicar toda sua energia e ver todas as suas faculdades, desenvolvendo-as, educando-as e temperando-as para lavrar a pedra bruta, tornando-se uma Pedra Polida ou Cúbica, ou seja, dominando a si mesmo, aperfeiçoando-se moralmente e espiritualmente.

Ser Ap. M. é conhecer as jóias fixas da loja :a prancheta, representando o mestre guiando os aprendizes; a pedra bruta e a pedra polida cúbica . É conhecer as jóias móveis : o esquadro representando o estatuto da ordem e decorando o V. M.; o nível representando a igualdade social e decorando o 10 vigilante e o prumo representando a retidão do maçon e decorando o 20 vigilante.

Ser Ap. M. é honrar e venerar o G.A.D.U., ter a honra de saber guardar o segredo, preferindo ter a sua G. C. a revelar nossos mistérios, é estudar para vencer a ignorância, é aprender a combater o fanatismo e a superstição. É ser solidário aos irmãos que respeitam suas responsabilidades morais, sociais e de honra, em tudo que for justo e perfeito. É educar-se para corrigir seus defeitos e ser tolerante com as crenças religiosas e políticas de cada um.

Ser Ap. M. é aprender o simbolismo dos números, sendo que o número 1 significa a unidade se tiver efeito sobe ele o número 2, senão representa o todo; o número 2 significa a dúvida, a divisão, o desequilíbrio. O antagonismo do número 2 cessa quando se acrescenta mais uma unidade, formando o número 3, que representa a unidade da vida e as 3 qualidades indispensáveis do  maçon : vontade, amor ou sabedoria e inteligência.

Ser Ap. M. é aprender a marcha ritualística, mesmo que ainda arrastando o pé direito, demonstrar retidão decisão e discernimento, estar sempre disposto a galgar os 14 degraus da escada de Jacó e alcançar a estrela de sete pontas, ou seja, o último estágio da evolução maçônica simbólica, o Mestre.

Ser Ap. M. é ser homem livre e de bons costumes, e após receber a luz, poder caminhar sozinho no templo e, embora auxiliado pelos conselhos dos IIr. e pela experiência dos MM. sentir-se responsável por si mesmo e saber que seus pensamentos, palavras e atitudes devem representar sempre a consciência de seu juramento ao ingressar no Templo, e, após trabalhar simbolicamente por três anos do meio dia à meia noite, humildemente, solicitar o seu primeiro aumento de salário. os.

Fábio Teddy Moreira,
C.’.M.’., A.’.R.’.L.’.S.’. Ordem e Progresso 133 – Brasil, Minas Gerais, Belo Horizonte.